segunda-feira, 22 de março de 2010

Asas

Dia desses estava conversando com a Daphenny, quando ela me contou que estava decidida a fazer sua tatuagem(antigo desejo já compartilhado comigo outrora). Asas, em suas costas. Como as asas de um Anjo. Já havia, inclusive, marcado suas seções com o tatuador, porém sua mãe não havia concordado, tampouco autorizado a "façanha", e seu pai, jamais poderia imaginar sua garotinha, "seu Anjo" - mesmo sendo "seu Anjo" - De repente com asas.
Coincidentemente - ou não - , estava na metade do livro "O Clube do Filme", de David Gilmour(e antes mesmo que se perguntem, não, este não é o mesmo David Gilmour guitarrista do Pink Floyd), que trata acima de tudo a difícil missão de um pai tentando recuperar a fragmentada relação entre ele e seu filho, que decidira abandonar a escola aos quinze anos, através de seções de filmes, apenas os dois analisando e debatendo. Se reaproximando.
Lembrei do livro em meio a conversa, quando fiz a seguinte pergunta à ela:
- Como irá "esconder suas asas"?
Lembro bem da resposta, mas a pergunta que eu acabara de fazer, em fração de segundo, como um despertar no vazio, havia se desprendido e tomado um novo rumo, soou de forma diferente.
- Como irá "esconder suas asas"?
Não há como esconder.
Seja na forma de uma tatuagem, ou não, os filhos sempre irão desenvolver suas asas, e aprenderão a voar com elas, embora alguns as ignore, elas estarão lá , e mais cedo ou mais tarde suas "Asas" começarão a bater. É chegada a ora do vôo. Mas as mesmas "Asas" que os levam, as mesmas "Asas", sempre os trazem de volta.

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