terça-feira, 28 de setembro de 2010

Alforria

Trago
Em meus bolsos rasos
Papéis rabiscados
"Sofrido"
Amassados
De tanto esperar
Por palavras de meu próprio cunho
Ideias onde,
Passado e futuro
"ão" de se encontrar
Num rastro,
Sereno e profundo
Liberto
Em frases ao mundo
Os escravos detidos
No próprio pensar

Nada

Um espaço entre o vazio
- O do início -
E o completo inacabado
Um extremo entre mundos
Vários mundos,
Abstratos...
Sobre o nada,
Nada além...
Do que não sei,
Pois já nem sei
Se o que me faltam são ideias
Ou
As ideias é que me faltam
Meu longo silêncio me faz parecer
Mais criativo que minhas longas
E "belas" palavras
E
Se do nada, nada vem...
Para o nada, nada acaba


Inspirado em Acaso tudo é eterno?Ou não é? De Voltaire

sábado, 25 de setembro de 2010

Sem saber o que escrever II

...Como se a mente se recusasse a permitir à mão o simples ato de deslizar a caneta sobre o papel. E quando esta, num ato corajoso de afronta à "inércia de criatividade" o faz, o que se vê são apenas fragmentos rabiscados em pedaços de papel amassados, unicamente destinados à abarrotar os bolsos ou, a misturar-se à sujeira abandonada pelas ruas. Nada com início ou fim, apenas meios.
Poesias em prosa, pois os versos já não rimam. Tudo parece já ter sido dito nas canções, mesmo que tudo o que se ouça não passe do som do silêncio ecoando num deserto habitado pelo "coveiro" da razão.
O que me resta é continuar pelas linhas tortas, pois escrever certo, deixo para o Criador .

terça-feira, 6 de abril de 2010

O caminho para El Dorado

Pobre Voltaire, mal sabia ele que ao escrever mais um capítulo de uma de suas obras primas, "Cândido, ou O Otimismo" em 1759, estaria tocando numa grande "chaga incurável" da humanidade, que só aumenta com o arrastar dos séculos.
A busca icessante por tesouros e riquezas materiais. Quase sempre marcada por trágicas disputas, por vezes "sangrentas", de uma corrida sem precedentes por vago status e poder, e os valores e princípios ideológicos já tão escassos, mansamente escoam por um ralo e se misturam à sujeira da ganância. Mas que valores são eses e que tão hipocritamente ouvimos falar todos os dias? Os únicos valores que nos resta imaginar e que transbordam à nossa mente, são os valores das cifras acumuladas dos que tanto tem (e insatisfeitos, sempre estão em busca de mais), sobre os que nada podem.
É a marcha descompassada rumo à "El Dorado".
A cidade perdida, prometida - A cidade toda feita de ouro maciço e cravejada de brilhantes.
O ser humano, é um ser em "plena evolução", sempre alçando novos vôos, passos maiores, novas, grandiosas e gloriosas conquistas. O pote de ouro no fim do arco-íris já não é o bastante. É preciso ir em busca de mais, além da lenda, é preciso "colonizar El Dorado".
Cada um trás consigo seu caminho, e traça, cada um a seu modo, todos os caminhos cortantes, matas a dentro, vales à fora, todos os caminhos levam à El Dorado. É só seguir em frente, nem precisa das placas. Quanto a mim, vou ficar por aqui, pensando, no que é o dinheiro senão mero passageiro, "grande ator coadjuvante canastrão em nossas vidas", hoje está comigo, amanhã não sei com quem irá se deitar, e no outro dia quem sabe acordar, vou ficar aqui (a vista é melhor), vendo todos partindo à caminho de "El Dorado".

segunda-feira, 22 de março de 2010

Asas

Dia desses estava conversando com a Daphenny, quando ela me contou que estava decidida a fazer sua tatuagem(antigo desejo já compartilhado comigo outrora). Asas, em suas costas. Como as asas de um Anjo. Já havia, inclusive, marcado suas seções com o tatuador, porém sua mãe não havia concordado, tampouco autorizado a "façanha", e seu pai, jamais poderia imaginar sua garotinha, "seu Anjo" - mesmo sendo "seu Anjo" - De repente com asas.
Coincidentemente - ou não - , estava na metade do livro "O Clube do Filme", de David Gilmour(e antes mesmo que se perguntem, não, este não é o mesmo David Gilmour guitarrista do Pink Floyd), que trata acima de tudo a difícil missão de um pai tentando recuperar a fragmentada relação entre ele e seu filho, que decidira abandonar a escola aos quinze anos, através de seções de filmes, apenas os dois analisando e debatendo. Se reaproximando.
Lembrei do livro em meio a conversa, quando fiz a seguinte pergunta à ela:
- Como irá "esconder suas asas"?
Lembro bem da resposta, mas a pergunta que eu acabara de fazer, em fração de segundo, como um despertar no vazio, havia se desprendido e tomado um novo rumo, soou de forma diferente.
- Como irá "esconder suas asas"?
Não há como esconder.
Seja na forma de uma tatuagem, ou não, os filhos sempre irão desenvolver suas asas, e aprenderão a voar com elas, embora alguns as ignore, elas estarão lá , e mais cedo ou mais tarde suas "Asas" começarão a bater. É chegada a ora do vôo. Mas as mesmas "Asas" que os levam, as mesmas "Asas", sempre os trazem de volta.

terça-feira, 16 de março de 2010

Sem saber o que escrever

Podia ser de caso pensado, um assunto sobre a escassez de idéias e falta de afinidade com a criatividade. Nem que eu quisesse seria possível, pois não sei o que escrever!
Por um instante senti um grande vazio, assustador eu diria, ao imaginar como seria se eu fosse um escritor, desses que lançam livros e que tem uma coluna ou uma página só pra eles no jornal, e de repente não soubesse o que escrever, como se as palavras tivessem se esgotado. Seria como perder a memória por exemplo, não que eu já tenha perdido a minha memória um dia, quer dizer, não que eu me lembre...agora fiquei em dúvida, não consigo lembrar...enfim...esqueci, não sei mais o que escrever!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Apresentação

Conteúdo e vida inteligente aos anônimos de plantão;
Aos autores desconhecidos mais famosos entre os que nada criam;
Afinal, não precisa ser membro da Academia Brasileira de Letras para escrever algo...